Angústia
Não se acalma essa angústia...
Dia e noite me corrói por dentro...
Será pena por meus erros esse tormento?
Ou Julgo cruel de meu negro destino?
Quantas vezes pela fúra me alucino
E perco a companhia amiga da razão...
Me cai esse véu escuro: Solidão
De quem eu tanto esperava companhia...
Quando será o fim dessa agonia?
No fim da vida, em meu leito eterno?
Desde que saí do ventre materno
Este duro fardo minha revolta suscita.
Sofro com esse peso: Carga maldita!
Desde os tempos da minha tenra infância.
Pensava ser algo passageiro, sem relevância
Mas nunca passou, deixando hoje mais que marcas...
Vivi felicidades poucas, muito parcas.
As quais poderia contar com, de uma mão, os dedos
Perder a felicidade era um de meus medos
Medo qual me ocorreu como previsto
Dessa dura luta eu quase desisto
Lutarei contudo por meu ódio interno
Mesmo que entre eu em outro inverno
Frio morto onde já fulgurou.
Sonho um sonho que alguém sonhou
E chamou de destino: um caminho de espinhos
E desafiando crio meus próprios caminhos
Tornando o meu ódio em força para a glória!
(Ivan T. Lyra)